HÁ VAGAS, MAS A MÃO DE OBRA SUMIU DO MAPA DO BRASIL.

 

Com a devida venia dos cidadãos que dependem dos auxílios sociais do governo, essa situação está complicando o mercado de trabalho. Tem muita gente que não precisa e está recebendo o apoio social. De forma que há vagas, mas muitos não querem trabalhar. Ou seja, o governo está competindo com as empresas.

Não tem como negar a realidade. Os auxílios sociais do governo estão competindo com as empresas. Há vagas, mas a mão de obra sumiu do mapa do Brasil. Proliferam placas de “há vagas”. A procura é por atendentes de balcão, garçons, vendedores, pedreiros, conferentes, caixas, enfermeiros, mecânicos de veículos, padeiros, açougueiros, cozinheiros, empregadas domésticas, ajudantes, entre outros.

O contraponto dessa situação é o fato de a taxa de desocupação estar em 7,8%, e a taxa de subutilização em 17,8%, conforme revela o IBGE. A explicação para esses fatores é que uma boa parte dessa população desempregada simplesmente rejeita as vagas de emprego em razão de já ter uma forma de rendimento por meio de programas de apoio social, como o seguro-desemprego e o Bolsa Família.

Há notícias diárias no sentido de que o comércio em geral e setores de prestação de serviços acumulam vagas. As reclamações de empresários já viraram rotina, e o desânimo cresce na iniciativa privada, uma vez que a mão de obra está cada vez mais difícil. Agências de emprego da capital confirmam essas notícias.

Recentemente, tive reclamação direta de um cliente do meu escritório, que alegou estar pensando em fechar a empresa por falta de mão de obra. Segundo ele, ninguém quer trabalhar. “Achar mão de obra virou um problemão”, diz esse empresário. Entre os que mais demandam mão de obra imediata estão a construção civil e os supermercados.

Com a falta de mão de obra, muitas empresas vêm reduzindo o nível de exigência. Aquelas que antes queriam candidatos com ensino médio completo, por exemplo, já aceitam pessoas com metade do ensino fundamental. Também não há mais preferência por faixa etária, que, anteriormente, era para quem tinha de 18 a 25 anos. Agora mudou, e tem pessoas de 40, 50 anos ocupando lugares dispensados e esnobados pelos mais jovens. 

Há notícias também de redes de lojas do comércio que estão fechando as portas, e os motivos são carga tributária muito alta e dificuldade de arranjar empregados. No interior, a disputa por mão de obra também é um dilema. Somente em pisciculturas, frigoríficos de peixes, abatedouros de frango, indústrias de móveis e confecções e setores de serviços, existem milhares de vagas que não são preenchidas, segundo reclamação de empresários desses setores.

Encerro afirmando que respeito e concordo com o artigo 3º, inciso III, da Constituição, que fala em erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais, mas isso não significa dar benefícios sociais para quem não precisa e pode muito bem trabalhar e produzir.     

Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).

(Este artigo mereceu publicação do jornal O TEMPO, edição de quinta-feira, 11 de abril de 2024, pág. 25).  

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Comentários

  1. Geraldo Antonio G. Homem11 de abril de 2024 às 10:37

    Dr. Wilson eu tenho uma empresa de fabricação de cosméticos na grande Bh e estou com 5 vagas a mais de 90 dias e não aparece ninguém para trabalhar e quando aparece quer impor horário e salário. Assim não dá para ter empresa neste país de muitos favores sociais com dinheiro do contribuinte. Pagar imposto adoidado e ainda ter de competir com o governo social é demais. Ajudar é uma coisa mas criar uma classe de quem não quer nada com a dureza é demais. Parabéns doutor pela justiça clara da sua coluna no jornal sempre muito lida e elogiada. Geraldo Antonio.

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  2. Zulma M. D. Teixeira11 de abril de 2024 às 10:43

    Nossa família tem uma empresa na zona rural uns 80 km de BH e não temos mão de obra no lugar e olha que a cidade perto tem mais de 10 mil habitantes e muita gente recebendo bolsa família, seguro desemprego, bolsa gás, bolsa escola, auxílio isso e aquilo, etc, etc. Quando você coloca placa de vaga não aparece ninguém e isso fica por 4 meses até a gente ter de arranjar outro jeito ou buscar mão de obra em outra cidade e pagar alojamento e comida e transporte e bonificação. Tem empregado que fica 1 ano e já começa a aprontar para ser demitido e receber os benefício do governo. Assim não dá e desanima qualquer empreendedor. Abraço dr. Wilson e tudo que o senhor disse é verdade e precisa melhorar ou o país vai quebrar de tanta empresa que vai fechar as portas. Zulma Teixeira.

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  3. Eu tentei comentar no jornal O Tempo mas não consegui e faço aqui no blog dr. Wilson o comentário. Meu tio tem uma empresa e pediu na agencia de emprego dois funcionários para a oficina e escritório. Já tem mais de dois meses e não apareceu nenhum querendo porque tem de trabalhar sábado até meio dia; e uns querem trabalhar mas sem assinar a carteira de trabalho porque estão recebendo o seguro desemprego. Tem base isso? Como pode uma coisa dessa? Meu tio vai fechar a empresa e não vai demorar. E depois vem a turma da esquerda comunista dizer que o povo está com fome e isso e aquilo. Cadê o empregado para trabalhar??? Dr.Wilson valeu pelo artigo e como sempre leio no jornal de melhor qualidade. Juscelijno Ramos.

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  4. Em BH, em vários bairros tem placas de aluga-se, vende-se e há vagas. As de aluga-se e vende-se são de empresas que fecharam as portas por causa de falta de gente para trabalhar; falta de mão de obra; ninguém quer trabalhar de segunda a sábado. Os benefícios sociais do governo acostumaram mal o pessoal e preferem ficar à toa e não trabalhar ou receber os auxílios e fazer bico mas não quer trabalhar de carteira assinada e horário a cumprir. Esse é o Brasil do PT que está acabando com a iniciativa privada com impostos e mais impostos e ajudas para quem não precisa e recebe as migalhas do governo. Mas quem paga esses auxílios sociais é o contribuinte e esse contribuinte está falindo, quebrando. Meu prezado doutor Wilson Campos parabéns pelo excelente artigo. Att: Clarice Góes.

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