VITÓRIA DA DIREITA E DERROTA DA ESQUERDA.
O eleitor não é mais simplório como antes. Existem ainda eleitores interesseiros, mas a maioria hoje caminha com suas próprias pernas e toma suas próprias decisões. Isso aconteceu nessas eleições municipais de 6 de outubro de 2024. O eleitor preferiu votar nos candidatos conservadores e elegeu a direita como opção política.
As urnas confirmaram o que se previa – uma vitória da direita e do centro e uma derrota da esquerda. O que mais impressiona é que as mentiras da esquerda não mais iludem e não mais convencem. A direita ganhou a confiança do eleitor e conseguiu eleger muitos prefeitos, e os partidos de centro também, mas a perda de rumo da esquerda restou escancarada e surpreendeu até os caciques do PT.
Um grande nome dessas eleições municipais de 2024 é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Outro nome é o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. O destaque, no entanto, fica com Tarcísio, que viu o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, superar a indefinição do empate triplo e avançar na disputa ao segundo turno. E o grande encorajador desse avanço foi Tarcísio, que mostrou lealdade e mergulhou na campanha quando eram reais as chances de Pablo Marçal desbancar Nunes. Aliás, Marçal ganhou protagonismo nos debates e causou alvoroço na campanha paulistana.
Cabe reconhecer que Kassab preside o partido recordista de prefeituras, o PSD, que desbancou o MDB e assumiu a liderança de prefeituras no país. As urnas revelaram que o eleitor está mais conservador, comprovando a tese das ruas nos últimos anos. Basta avaliar os números para perceber que o grande perdedor é o PT, que arrastou seus aliados para o buraco. Em Belo Horizonte, por exemplo, a votação no PT foi pífia, e o candidato petista saiu atrás até mesmo de partidos com os quais faz alianças país afora.
O primeiro turno das eleições municipais deu mostras de crescimento do PL, de Jair Bolsonaro, mas os partidos com maior número de novas prefeituras foram os da direita tradicional, popularmente conhecidos como “centrão”. Daí que ainda não foi dessa vez que a direita pura conseguiu levar a vitória sozinha, uma vez que o cenário municipal ficou mais adequado para os partidos tradicionais do centro. Isso, por enquanto.
A grande polarização entre direita e esquerda acabou desviando alguns setores importantes para o centro, e os eleitores mais sistemáticos acompanharam essa decisão e votaram nos candidatos do velho e conhecido “centrão”. Em números absolutos, os dois partidos que emplacaram o maior número de prefeitos foram o PSD e o MDB, com respectivamente 882 e 856 municípios.
Merece registro o feito do partido Republicanos, que passou de 211 prefeitos eleitos em 2020 para 436. O PT aumentou de 182 candidatos eleitos para 248. O PL, de 344 para 512 municípios, o que representa um crescimento considerável, mas ainda insuficiente para satisfazer a voz das ruas, que tanto protestou contra a esquerda nos últimos anos. Ou seja, a renovação de candidatos de direita nas eleições de 2024 colocou novas figuras na disputa pelo segundo turno nas capitais, o que pode resultar na evidência de lideranças conservadoras no protagonismo político brasileiro.
Não resta dúvida quanto ao fato de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) demonstrou força, articulou as chapas e apostou na juventude de candidatos a prefeitos. Os “outsiders” ou estranhos na política, deram a cara a tapa e provaram que existem possibilidades de alternativas políticas para os eleitores de direita. E isso se deu, principalmente, com as candidaturas de Cristina Graeml (PMB), da direita raiz, em Curitiba, e Pablo Marçal (PRTB) que, apesar de ficar de fora do segundo turno em São Paulo, deixa o pleito com espaço para buscar votos em 2026.
Bolsonaro, ao seu estilo, participou diretamente das campanhas com chapas encabeçadas pelo PL e contou com a colaboração da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que tem grande influência junto aos jovens políticos ou novatos nas eleições. Mas a dupla não gosta das alianças do PL e prefere se afastar das chapas com candidatos a prefeito de siglas de centro.
Com visto, nos últimos tempos, os partidos de direita estão cada vez mais abertos e propensos a lançar novos nomes, e está aí a grande qualidade política de Bolsonaro, que é promover essas pessoas. O governador de SP, Tarcísio de Freitas, era um burocrata, foi ministro do ex-presidente e hoje tem reconhecimento de gestão e de capacidade política em vários estados. Portanto, o ex-presidente Bolsonaro tem essa mão boa para projetar nomes. Lado outro, o PT naufraga, posto que quer controlar a esquerda sozinho, e Lula não abre mão de mandar e liderar, e isso afasta novas lideranças políticas.
Voltando a falar de Belo Horizonte, a ascensão do deputado estadual Bruno Engler, 27 anos, ocorreu com o início da propaganda eleitoral e a identificação do eleitor com o candidato de Bolsonaro, o que provocou a desidratação de Mauro Tramonte, candidato do Republicanos, que tinha o apoio do governador Romeu Zema (Novo) e do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (Republicanos), valendo considerar que Kalil é um nome apagado atualmente e Zema é um nome respeitado e com grandes chances em 2026.
A rigor, cumpre notar que essa “dobradinha” de Zema e Kalil na campanha de Tramonte foi um erro, uma vez que existe ali um ressentimento e uma inconformidade muito grande entre os dois “padrinhos” do candidato. Ora, Zema e Kalil andam às turras há muito tempo. Deu no que deu.
Noutro sentido, Engler, que trocou o PRTB pelo PL, ganhou estofo e espaço, decolou e conseguiu chegar ao segundo turno na capital mineira com o aval de Bolsonaro e promete uma aliança de direita para derrotar o atual prefeito Fuad Noman (PSD), que terá o apoio do PT na campanha até o segundo turno no próximo dia 27.
Passeando por outras regiões do Brasil percebemos que o candidato do PL à prefeitura de Fortaleza, André Fernandes, chega ao segundo turno em uma das únicas capitais com polarização direta entre os partidos de Bolsonaro e Lula. Ele vai enfrentar o petista Evandro Leitão. Já em Goiânia, a entrada do casal Bolsonaro na reta final da campanha de Fred Rodrigues (PL), 39 anos, alavancou a chegada do candidato conservador na briga pela liderança do primeiro turno. Rodrigues desbancou a petista Adriana Accorsi e disputará o segundo turno com Sandro Mabel (União Brasil), aliado do governador Ronaldo Caiado.
Em Maceió, o prefeito João Henrique Caldas (PL), 37 anos, o JHC, confirmou o favoritismo e foi reeleito com a expressiva votação de 83,25% do eleitorado. Com isso, ele pode deixar a prefeitura da capital do Alagoas para disputar o governo estadual nas próximas eleições. Mas o certo é que a direita por meio do PL tem navegado em águas tranquilas, enquanto o PT e seus aliados da esquerda têm enfrentado águas revoltas e ondas perigosas.
É público e notório que a direita vem se estruturando, renovando e lançando novos nomes na política. São mais de 5 mil cidades com seus prefeitos e vereadores, e isso significa uma base muito importante para as eleições gerais em 2026. E tudo indica que a direita raiz vai crescer ainda mais e a esquerda vai se afundar mais e mais.
O PT de Lula e o Psol de Guilherme Boulos estão destinados a grandes revezes na política daqui em diante. O eleitor não tolera mais essa esquerda radical, odiosa e perseguidora de adversários. Passam-se as campanhas eleitorais, mas a esquerda radical continua no palanque, sempre se dizendo a melhor quando não é nada disso e, ao contrário, representa o atraso, o retrocesso, a insegurança e a baderna na administração pública.
De sorte que, com o resultado do primeiro turno no domingo (06/10) favorável à direita e ao centro, a expectativa é de que partidos do “centrão”, como PSD, MDB, PP, União Brasil e Republicanos, se fortaleçam como fiadores da governabilidade de Lula, pressionando-o a fazer mais concessões de poder. Ou seja, Lula estará nas mãos do “centrão”.
Em suma, o Brasil tem hoje uma direita que se posiciona muito bem e conta com a simpatia do grande eleitorado conservador, enquanto a esquerda se posiciona muito mal, patina e vai cada vez mais para o fundo do poço.
Wilson Campos (Advogado/Especialista com atuação nas áreas de Direito Tributário, Trabalhista, Cível e Ambiental/ Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB/MG, de 2013 a 2021/Delegado de Prerrogativas da OAB/MG, de 2019 a 2021).
Clique aqui e continue lendo sobre temas do Direito e da Justiça, além de outros temas relativos a cidadania, política, meio ambiente e garantias sociais.
Dr. Wilson veja o exemplo de Roraima onde o PT não ganhou nada, perdeu tudo e foi erradicado de lá. Em BH o candidato do PDT (sempre aliado do PT) ganhou do candidato do PT, e ambos perderam para o PL de Engler do PL. Dupla derrota do PT que ficou na lanterninha em BH com apenas 4,37% dos votos. Perdeu mané do PT !!! Abração doutor Wilson Campos e vamos ganhar no segundo turno com PL de Bolsonaro e Bruno Engler. Valeu. Mauro e Virgínia Nolasco.
ResponderExcluirDr. Wilson, quem conhece o PT não vota no PT. Quem conhece a esquerda não vota na esquerda. Eu não voto e ninguém da minha família vota na esquerda. Somos todos da direita graças a Deus. Excelente artigo doutor e tô de acordo. Edson Rebouças.
ResponderExcluir