A DEPRAVAÇÃO POLÍTICA NO PAÍS.


Os maus exemplos estão aí, não deixam de surgir nem em tempos de pandemia, mormente quando assistimos diversos governadores de estados colocarem lenha na fogueira, para piorar a situação de combate ao coronavírus e de controle da economia já em frangalhos. Em vez de ajudar o povo e o país eles batem de frente com o governo federal e querem administrar suas unidades ao seu bel prazer, como se não existisse uma República Federativa em vigência e nos termos da Constituição.

Os presidentes da Câmara e do Senado são joguetes nas mãos de governadores e de políticos interessados no caos republicano. São políticos demagogos e oportunistas, de pensamentos pequenos e realizações menores ainda. O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, não corresponde e não cumpre com sua missão sacerdotal de guardião da Constituição da República, preferindo se meter na política e realizar julgamentos açodados e no interesse de minorias de privilegiados, deixando de lado as grandes causas da coletividade.

Os brasileiros, tristemente, convivem com a depravação política instalada no país. Não há respeito pela ordem nem pelo progresso. A máxima dos políticos emergentes é aparecer na mídia, destilar ódio e se achar acima do bem e do mal. A lição que os políticos aprenderam não serve para educar em nenhuma escola, por pior que seja a instituição de ensino.

Os políticos foram cooptados pelo neoclientelismo institucional. Sistematicamente, o poder os corrompeu e agrupou na doutrina dos silenciosos, bajuladores, passivos e servis, salvo raríssimas exceções. A nação que se esperava democrática, libertária e cumpridora das promessas estagnou as realizações e matou os sonhos. A juventude que brandiu bandeiras e pediu eleições diretas se decepcionou com os aproveitadores contumazes que passaram a defender apenas interesses próprios.

O modelo de políticos corretos, honestos e éticos não foi reproduzido e os que surgiram estão cada vez piores. As aulas de politicagem e malandragem dominam as cabeças dos atuais representantes do povo. São fracos de espírito e sem aptidão para o trato com a coisa pública. Não resistem às comparações, nem de longe, com políticos do porte de Ulysses, Tancredo e Teotônio, uma vez que os portadores de mandatos, atualmente, não conseguem nem imitar os grandes gestos desses homens, que, embora tivessem muitos defeitos, estão muito acima dos que hoje se dizem membros da política brasileira.

Os bons políticos se foram. Os maus ficaram. Pior, se multiplicaram, para infelicidade do povo. Com a desesperança crescendo a cada dia e tomando conta das mentes sadias, os algozes aproveitam para fertilizar os seus cérebros doentios com ações ímprobas. A politicagem silente, subserviente e submissa já não se esconde. Mostra a cara, pede voto e tripudia dos incautos eleitores.

Na librina das noites e madrugadas já não encontramos mais as cabeças patriotas a pensar. As discussões agora excluem os princípios fundamentais e dão preferência às inescrupulosas ações que dilapidam vergonhosamente o patrimônio e os cofres públicos nacionais.

Os traidores das garantias constitucionais são traidores do país. Os desrespeitadores dos direitos sociais são exploradores do esforço humano.  Os malversadores do erário público são criminosos comuns disfarçados de colarinhos brancos.

Onde a lei não alcança ou a justiça tarda, pratica-se a politicagem do ódio perpetrada pela ganância das facções políticas no poder, com a população pagando um alto preço pela desonestidade dos gestores públicos amorais. Os investimentos faltam, os recursos somem e a nação caminha cambaleante.

O papel do Parlamento não é esse que desempenham por aí. As prerrogativas do sistema bicameral precisam ser assumidas e exercidas de modo a construir barreiras aos erros do Executivo e aos desperdícios dos recursos que deveriam ser investidos na formação de uma sociedade mais igual. No entanto, o fisiologismo arraigado na classe política coloca em evidência o toma lá dá cá que governa a conflituosa e verdadeira relação entre o Poder Executivo e o Congresso.

Não há o que comemorar no cenário político brasileiro. A mediocridade é tamanha que até os acertos, muito raros, passam desapercebidos. As mudanças não vão surgir por obra do Executivo ou Legislativo, mas por pressão do povo. As mobilizações é que darão nova cara ao Estado democrático de direito. Serão os cidadãos nas ruas que darão o tom da música a ser tocada. Afora isso, só Deus!

Com políticos sérios e probos a história seria outra. A politicagem silente, subserviente e submissa não existiria, porque embora perigosa na arte do segredo, da condescendência e do puxa-saquismo, simplesmente não teria espaço para voar, posto que suas asas estariam meticulosamente podadas. Os corruptos e corruptores da mesma forma não sobreviveriam. Contudo, o que vemos hoje são governantes que corrompem e que se deixam corromper.

A política praticada nos dias atuais é escrava da mídia, da projeção pessoal e da possível segurança a cargos mais elevados. Não se pensa na pátria e muito menos se respeita o eleitor. O que conta para esses vendedores da nação é a proximidade com o poder e a garantia perpétua das benesses. Esse é o caso do governador de São Paulo, João Doria, antes eleito para prefeito de SP, deixou o governo municipal pela metade e pulou para a campanha a governador usando o mote "bolsodoria". Elegeu-se governador à custa e à sombra de Jair Bolsonaro. Um tremendo cara de pau, esse Doria, que não sabe administrar coisa nenhuma, que não tem capacidade alguma e que sabe apenas se jogar na tela da televisão para fanfarronices elitistas, típicas da sua inescrupulosa pessoa. Traiu o presidente Bolsonaro e faz contínua politicagem sórdida pelas costas. Um indivíduo que não merece ser lembrado na história política brasileira, exceto pela sua veia de burguês, demagogo, oportunista, traidor e extremamente desconectado com os interesses da nação. Um "cidadão" longe da vontade cívica do povo brasileiro e afastado da realidade dos pobres e mais necessitados.     

O cenário político brasileiro é deprimente, graças aos políticos que aqui habitam.

Wilson Campos (Advogado/Presidente da Comissão de Defesa da Cidadania e dos Interesses Coletivos da Sociedade, da OAB-MG/Delegado de Prerrogativas da OAB-MG). 

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Comentários

  1. PelamordeDeus. Esse texto é demais e estou reproduzindo para amigos e colegas de trabalho e compartilhar se o senhor permitir. Que técnica e que espírito de brasilidade Dr. Wilson. O senhor me surpreende a cada dia e para melhor. Sabedoria, competência e civismo acima de tudo porque o senhor fala o que as pessoas querem falar e não conseguem. Falou tudo e eu endosso embaixo. Valeu e parabéns e obrigadoooo pela aula de patriotismo e equilíbrio que o senhor tem de sobra. Abraço de Uriel Dantas.

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  2. Pode juntar Congresso, STF, governos estaduais de São Paulo, Rio, Bahia, ES, Goiás, Maranhão, Ceará e colocar tudo num saco pois são farinha do mesmo. Não ajudam e ainda atrapalham e ainda mais agora na hora de tanta dificuldade para o presidente da República. Políticos salafrários. Muito bom o artigo e sempre que leio o blog confirmo a capacidade do nobre advogado Dr. Wilson Campos. Saudações mineiras e inconfidentes. OrlandoPinaro.

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  3. Realmente estamos muito mal representados na política que só tem gente ruim. Concordo com tudo que foi dito e tudo está aí escancarado. Sucesso Dr. Wilson. para o senhor, e para todos nós que estamos precisando muito e de mais paz e respeito e tranquilidade no Brasil. Soraya Mascarenhas.

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  4. Pode juntar Doria, Witzel, irmãos Gomes, ACM neto, Caiado, Calheiros, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, e centenas de outros traidores da pátria e colocar em um navio transatlântico e deixar a deriva e ninguém vai sentir falta. Os caras são tão despresíveis que ninguém os quer por perto. E o pior é ver o Brasil pagar asa contas desses canalhas. Até quando? Vamos ter que proclamar novamente a República porque essa já está manchada demais para ser passada a limpo. Vamos construir mais cadeias para colocar essa corja e seus afilhados políticos. Com certeza Dr. Wilson Campos, o cenário político brasileiro é deprimente é triste e é de dar medo. Márcio S. V. Menicucci de A.

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  5. Maria Edwiges S. de T.26 de abril de 2020 às 13:00

    Eu nunca vi um sujeitinho tão nojento como esse Doria. Os coitados dos cidadãos de São Paulo estão mal de governador. O cara é um traidor, um mauricinho asquerosos, um baixinho picareta até na fala, no olhar e na postura, se é que esse ser ignóbil tem alguma postura. Surgiu na política e tornou a política mais nojenta ainda. Concordo com o texto do Dr. Wilson e digo que tem meu apoio em tudo que foi escrito e dito e postado nesse Blog de excelente qualidade e brasilidade. Nas eleições nós colocamos essa camarilha de picaretas pra fora. Se Deus quiser e ELE quer. Maria Edwiges S.

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